terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Universidade de Évora


Olá, sou Felipe Pertence, 21 anos, estudante de enfermagem na UNIRIO. Cheguei a Portugal para estudar na Universidade de Évora no dia 5 de setembro cheio de expectativas e -- confesso -- com um receio de o que poderia vir pela frente, pelo fato de estar num lugar novo e longe de todos (mas nada que um Skype e um Hello! do Brasil não resolvesse). 

A cidade que estou é Évora, no interior de Portugal, a 1,5h de Lisboa. Com um pouco mais de 50 mil habitantes é uma cidade bastante calma e tranquila. E, por ser de interior, não possui toda a comodidade a que estamos acostumados no Rio de Janeiro (leia-se shopping e praia). rs Mas não deixa a desejar nas coisas básicas e necessárias para sobrevivência. O começo foi bastante corrido, atrás de casa para morar, fazer a matrícula na faculdade, acertar o plano de estudos (não pude fazer todas as disciplinas que tinha planejado, pois o horário tinha conflitos e algumas matérias não foram oferecidas), abrir conta no banco, querer conhecer a cidade, enfim deu tudo certo. 

Sobre a universidade, ela é bastante histórica sendo fundada em 1559, porém somente a pouco tempo ela foi unificada com outras faculdades independentes (algo parecido com a UNIRIO). Como a minha graduação é na área médica, o meu campus fica num prédio anexo no terreno do hospital da cidade. Por esse fato, só tem enfermagem nesse campus, os laboratórios são equipados com coisas de alta tecnologia. Tivemos (os brasileiros) um problema pontual com uma professora, que tem bastante preconceito conosco, porém conseguimos resolver e tudo caminhou. Em relação aos estudantes, fomos bem recepcionados pela Associação Acadêmica (em relação a tudo: procura de casa, o que fazer, onde comer, com mapas da cidade), pelos estudantes de enfermagem e principalmente pelos professores (tirando o caso de xenofobia já citado). Uma curiosidade daqui é que os veteranos realizam jantares em suas próprias casas para receberem os seus "bixos" (calouros), fomos até convidados a participar de um. Porém, como uns bons europeus, os portugueses são bastante frios e não conseguem manter um ambiente agradável para receber pessoas novas, o que levou os brasileiros que aqui estão a se juntarem cada vez mais, mas não entendo isso como preconceito, é somente uma questão cultural deles.

Sobre o ensino, eu não fiquei muito contente com ele, achei a preparação dos professores muito ruim, a falta de pesquisa é evidente, o único ponto positivo foi a realização de aulas práticas onde podemos pôr em prática, logo depois das aulas teóricas, as coisas aprendidas, coisa que falta na enfermagem da UNIRIO. Por ter um período mais curto de aulas, achei bastante corrido, sem contar que eles costumam ter somente uma prova por disciplina aqui, nada que se compare as 3/4 que fazemos aí. Como as provas acontecem normalmente no fim das aulas, imagine a correria e loucura que foi estudar toda a matéria do semestre de todas as disciplinas para realizar as provas. 

Apesar de todos os pormenores, a experiência é valida, por conta do crescimento pessoal que temos, de ter a oportunidade de conhecer uma nova cultura, uma nova civilização, lugares novos enfim, vale a pena. Qualquer dúvida ou contato que queira fazer, é só me procurar no face. Um abç a todos e saudades BRASIL."


Atenciosamente,

Felipe Pertence

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Nova abertura de Chamadas!!!


Atenção! Encontram-se abertas as inscrições para as chamadas de graduação sanduíche nos seguintes países: Áustria, Bélgica, China, Finlândia e Irlanda.

Eis o link oficial: http://www.cienciasemfronteiras.gov.br/web/csf/instrucoes


As inscrições para as Chamadas da Bélgica e Finlândia finalizam em: 05/04/2013 às 23:59h (Horário de Brasília). Já para as Chamadas da Áustria, China e Irlanda, em: 06/04/2013 às 23:59h (Horário de Brasília). 

domingo, 10 de fevereiro de 2013

Vida no Porto

Oi geeente!
Antes de tudo, gostaria de pedir desculpas por não ter conseguido postar antes. Dezembro e janeiro foram meses muito corridos aqui, tive a época de exames (aqui é somente uma prova por período contendo a matéria toda, então imaginem a quantidade de coisa que se tem pra estudar!), tive que procurar um novo apartamento, pois as meninas com que eu divido este vão voltar pro Brasil essa semana, e meus pais vieram me visitar! (:
Após eu ter publicado o 1º post, muitas pessoas entraram em contato comigo, tanto daqui de Portugal como do Brasil. Muitos com dúvidas, outros criticando e outros torcendo por mim. Como um dos grandes objetivos do blog é também fornercer informações e auxiliar os novos estudantes que estão entrando nessa vida de intercâmbio agora, vou tentar reunir todas as dúvidas que recebi e respondê-las nesse post:

1) Moradia:
Portugal parece ser um dos países mais baratos para se viver daqui da Europa. A bolsa do Ciência sem Fronteiras é suficiente para levarmos uma vida confortável aqui. No Porto, o custo de um quarto duplo, por exemplo, gira em torno de 150 a 180 euros e um quarto individual não sai por menos de 200 euros. Se tiver banheiro privativo sai mais caro e alguns lugares cobram o aluguel já com as contas inclusas (isso pode ser bom ou ruim, depende do seu gasto com luz, água, gás, etc.). Lembrando que os preços também variam de acordo com a região, um apartamento perto das universidades é mais caro, por exemplo. Como aqui há muitos estudantes, há muitas ofertas e anúncios o tempo inteiro, então não é tão dificil encontrar um cantinho. O meu conselho é que quando chegarem aqui fiquem em hostel a príncípio e passem uma semana visitando apartamentos, escolhendo a localização, avaliando os preços e etc para então tomarem uma decisão. Acho meio arriscado já acertar tudo do Brasil só com base em fotos e emails e chegar aqui e nao ser nada do que se esperava. Pelo menos comigo, isso não deu certo.

2) Alimentação:
Eu não acho comida cara aqui, vou ao mercado toda semana e não gasto mais de 20 euros, mas também não gosto de cozinhar e como pouco, o gasto vai depender muito de cada um. Os produtos com as marcas do mercado (chamadas 'marca branca') são bem mais baratos e de boa qualidade. As universidades têm 'bandejão' e o preço é em torno de 3 euros. Os restaurantes aqui também são ótimos e têm um bom preço, canso de comer bacalhau + bebida por menos de 5 euros.
Quando vim pra cá, achei que ia sentir muita diferença na alimentação, pois não dispenso um arroz com feijão por nada e já tinha ouvido falar que seria dificil encontrar isso por aqui. Mas não é! É claro que não tem o tempero brasileiro, mas é gostoso e dá pra matar a vontade. Vários restaurantes têm feijoada, rodizio de carne e outras comidas tipicamente brasileiras. E com o tempo também você passa a incorporar e a apreciar a culinária portuguesa como sopa, bacalhau, natas e outras delícias. Agora se você pensa que vai chegar aqui e comer um filé mignon pode esquecer, é um absurdo de caro e mega raro! O melhor é ficar nas carnes brancas mesmo.

3) Transporte:
Porto é uma cidade pequena e não tem o trânsito caótico do Rio de Janeiro (é uma maravilha!). Eu chego em qualquer lugar em menos de 20 minutos e o transporte público funciona muito bem. Nos pontos de ônibus têm os horários das linhas e, acreditem, eles passam na hora exata! Aqui os estudantes podem fazer o cartão Andante, que é tipo o bilhete único daí. Custa 22,60 EUR por mês e eu posso andar a vontade em qualquer meio de transporte em 2 zonas (aqui eles dividem a cidade em zonas e, sendo muito sincera, é uma confusão! Demorei muito pra entender esse sistema e até hoje me confundo. Mas enfim, com o meu cartão eu consigo andar na região que eu moro e no centro da cidade, mas não dá pra eu ir pro aeroporto com ele, por exemplo, tenho que pagar passagem avulsa). Há outras opções de Andante também para quem não quiser fazer o cartão mensal e a passagem normal de ônibus custa 1,80 EUR.

4) Adaptação:
Não vou mentir, o início é sempre muito difícil. Não há como não ficar comparando tudo com o Brasil, ficar convertendo mentalmente Euro pra Real, e o vazio no peito persiste. A minha dica é se ocupar e se distrair. Aqui no Porto não falta coisa pra fazer, seja de dia ou de noite. Com o tempo, a saudade vai dando lugar à tranquilidade e mais dúvidas. Aqui há muitas pessoas na mesma situação, então você nunca está sozinho. Hoje estou completamente adaptada á cidade e ao ritmo de vida daqui e estou muito feliz com tudo!

Bom, essas foram as principais dúvidas e espero que eu tenha esclarecido bastante coisa e ter acalmado os coraçõezinhos dos que estão vindo. Qualquer coisa podem me escrever que eu faço questão de responder tudo!

Vou deixar um vídeo que eu fiz do Ano Novo aqui no Porto, que foi uma maravilha:

Beijos e abraços,
Priscila Ribeiro